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O Tal do Thinking Environment

O Tal do Thinking Environment

Certamente você já ouviu falar sobre a síndrome do pensamento acelerado ou de pessoas que estão fazendo muitas coisas ao mesmo tempo, hoje isso é comum para a maioria das pessoas, principalmente com as informações que recebemos a todo momento em diversos canais.

Mas chega uma hora que algumas coisas simplesmente não acontecem, você acumula tarefas, não consegue lidar com as situações, seu trabalho empaca e você não encontra a solução. Em um mundo em que se buscam soluções inovadoras, quando você não as encontra, você se depara com um problema! Então como agir diante do problema?

Se você busca uma solução, é preciso olhar para o que você pode fazer que ainda não tentou. Será que você tem um ambiente preparado para que as ideias surjam? Dedica um tempo para que as ideias fluam e os pensamentos se alinhem? Quando conversa com sua equipe, você simplesmente fala as coisas que são necessárias e não deixa que os demais se pronunciem?

São perguntas necessárias, pois tudo, absolutamente TUDO o que fazemos depende da qualidade de nossos pensamentos que desenvolvemos antes de colocar em prática! Essa frase é de Nancy Kline, criadora do Thinking Environment, que é o método que nos apoia na sustentação de espaços de alta segurança psicológica para criar decisões de qualidade e mobilizar pessoas para a solução criativa dos seus desafios. Quando trabalhado em grupos, tem o poder de amenizar atritos, confrontos e embates, reduzir as interrupções e a competição.

O termo significa em uma tradução livre “ambiente de pensamento” que representa uma forma de ser e observar as situações a partir de um ambiente que esteja propício e favoreça o pensamento de cada pessoa, favorecendo o fluxo de ideias e a liberdade de opiniões. No dia a dia ele pode ser aplicado através de princípios básicos que auxiliam nesta prática, tais princípios são chamados pela autora de 10 componentes:

 

  1. Atenção: é a manifestação do interesse genuíno e curiosidade pelo processo do pensamento do outro e onde mais ele pode chegar sem precisar do que você pensa.
  2. Igualdade: partindo do princípio de que estamos atentos ao pensamento do outro, é importante que saibamos que cada um terá o seu tempo de fala igual, para que possa contribuir.
  3. Tranquilidade: nesse processo é essencial que se liberte da urgência de falar, por isso é importante que os pensadores que estiverem praticando se livrem de qualquer desconforto ou preocupação, dando espaço à leveza interna – é o componente que traz a tranquilidade e isso cria melhores condições para o pensamento de qualidade.
  4. Apreciação: nos sentimos valorizados e estimulados em um ambiente apreciativo. Isso desperta em nossas mentes uma sensação de pertencimento e bem-estar.
  5. Encorajamento: em um Thinking Environment é comum aparecerem silenciosamente as vozes “isso é ridículo”, “isso não vai funcionar” ou “não tem nada a ver eu estar pensando nisso agora!”. Concorremos com o pensamento do outro e às vezes com os nossos próprios. Competir e comparar não assegura excelência e pode ser contraproducente no longo prazo. Nessas situações, os componentes  precisam ser sustentados e é preciso um toque de encorajamento para irmos além dessas barreiras, e encontrarmos um espaço de questionamento e libertação.
  6. Sentimentos: permitir alívio emocional suficiente para restaurar o pensamento. Fomos educados para não expressar sentimentos negativos, e acabamos por suprimi-los, especialmente no ambiente de trabalho.
  7. Informação: tomamos nossas decisões e pensamos com base nas informações que temos, acuradas ou não. O pensar com qualidade depende de informação verdadeira, relevante e atual. Na falta de informação ou quando é incorreta, a qualidade do pensamento e das decisões decai. E todo o processo de pensamento pode ser superficial ou em vão.
  8. Diversidade: quando aceitamos as diferentes perspectivas e visões, ampliamos nossa visão da realidade e conseguimos pensar melhor. Abrir espaço para esse componente envolve aceitação do que é muito diferente de mim e do que eu penso.
  9. Perguntas incisivas: remover pressupostos que limitam nossa capacidade de pensar por nós mesmos com clareza e criatividade. Quando os pensadores se veem presos em suposições limitadoras, são as perguntas incisivas  que os fazem  questionar e seguir em frente com opções libertadoras.
  10. O local: uma forma silenciosa de apreciação. Este componente refere-se tanto ao lugar físico – a sala ou quarto – como ao nosso corpo, que é o “local” dos nossos pensamentos.

 

Esses componentes são a base para a criação de ambientes seguros para o desenvolvimento de nossos pensamentos, com isso ele também apoia a criação de uma habilidade considerada essencial para esse jeito de ser, a capacidade de que cada um pense por si mesmo, de forma independente.

O Thinking Environment nos permite aplicar de diversos modos aquilo que na teoria parece confuso e complicado, mas que na prática são processos naturais, que foram mapeados a partir do modo como a interação humana funciona, ou melhor, como ela pode funcionar de uma melhor forma.

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